Não é novidade que os aplicativos de comida delivery caíram no gosto das pessoas. O hábito de cozinhar em casa tem diminuído nos últimos anos, o que tem feito o mercado de entrega de comidas crescer.

Segundo dados da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (ABRASEL), o mercado dos apps de delivery fechou 2018 com um faturamento de R$ 11 bilhões, e a estimativa é que esse valor cresça para R$ 12 bilhões este ano - sendo 15% desse montante, respectivo apenas ao setor de alimentação e bebidas.

Se para o consumidor esses serviços trazem a comodidade de fazer seus pedidos por comida de forma simples e ágil, para os donos de bares e restaurantes, os apps de entrega se tornaram uma excelente oportunidade de negócios.

O iFood, por exemplo, aplicativo líder do segmento no Brasil e em toda a América Latina, conta com uma base com mais de 12,6 milhões de usuários e está presente em mais de 500 cidades brasileiras. O app de comidas tem 66 mil restaurantes cadastrados, 120 mil entregadores e processa mais de 17 milhões de pedidos por mês. Os números impressionam e representam o potencial de alcance que um restaurante pode ter para aumentar suas vendas com os pedidos online.

Vantagens e desvantagens dos apps para restaurantes

A principal vantagem que um bar ou restaurante ganha ao associar seus serviços aos apps para restaurantes é a possibilidade de expandir sua clientela. Tanto um restaurante pequeno, quanto uma grande rede têm acesso à mesma plataforma e aos mesmos potenciais clientes, o que pode resultar em um aumento no número de pedidos, principalmente para os pequenos estabelecimentos.

Segundo a consultora de negócios, Carolina Bajaruna, na cidade de São Paulo, há casos de restaurantes e bares que aumentaram seu faturamento em até 40% apenas iniciando o oferecimento dos pedidos online pelos apps de comida.

Por outro lado, assim como há oportunidades para aumentar o número de clientes atendidos e, com isso, ver um aumento no faturamento, é preciso estar atento à demanda que o negócio é capaz de suportar. Aceitar mais pedidos do que a capacidade de produção do restaurante pode ser frustrante tanto para o cliente, que não quer esperar muito pela sua comida, quanto para o dono do restaurante, que pode acabar sendo mal avaliado, caso não consiga cumprir com os pedidos no prazo ou entregue produtos errados.

O perfil do usuário de aplicativos de delivery

Segundo estudo publicado pelo Instituto QualiBest, 60% dos usuários que utilizam aplicativos de entrega de alimentação pertencem às classes A e B. Ou seja, a maior parte são clientes que podem pagar por um produto com preço mais elevado, sendo que o ticket médio dos pedidos por pessoa registrado foi de R$38. Portanto, pode ser interessante para o dono do estabelecimento revisar seus preços antes de começar a oferecer seus produtos na plataforma online.

Outro ponto que merece atenção é o comportamento dos usuários. A pesquisa indica que o uso dos apps de comida se intensifica nos finais de semana e feriados, que é quando as pessoas preferem comer algo diferente, em vez de cozinhar em casa. Para essas datas, o dono do restaurante pode pensar em promoções, por exemplo, assim consegue se destacar em meio aos concorrentes que também utilizam a plataforma.

Vale destacar, novamente, que a demora na entrega e pedidos errados são os principais contratempos que devem ser evitados. Segundo a pesquisa, esses problemas foram citados como uma desvantagem por cerca de 20% dos participantes.

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Vale a pena ter um motoboy próprio?

Além de estar com a cozinha preparada para um potencial aumento na demanda, também é preciso ficar atento ao modo como esses pedidos serão entregues. É comum bares e restaurantes terem em suas equipes motoboys contratados para cumprir o delivery, mas, se os pedidos subirem muito, pode ser necessário revisar a dinâmica das entregas.

O recomendado é fazer as contas. Aplicativos como iFood, Uber Eats, Pedidos Já, Rappi, entre outros, costumam cobrar uma mensalidade dos restaurantes, que fica em torno de R$ 130. Além disso, esses serviços também cobram taxas por cada pedido, que ficam na casa dos 12% quando a entrega é feita pelo restaurante, ou sobem para quase 30% quando o entregador é fornecido pelo programa.

Por isso, é importante acompanhar o ritmo das demandas que o serviço de pedidos online terá e fazer todos os cálculos dos custos com as entregas. Dessa forma fica mais fácil decidir se vale a pena ou não ter um motoboy fixo ou terceirizado.