A lagarta-da-soja é um ser vivo bastante comum no Brasil. Por isso, é necessário ter cuidado para que as plantas não sejam afetadas por esse inseto. Conhecer as suas características físicas e o modo que ela age sobre a soja é fundamental para conseguir solucionar problemas relacionados a essa praga.

Portanto, neste conteúdo, vamos abordar alguns detalhes essenciais sobre a lagarta-da-soja. Explicaremos quais são as principais espécies desse inseto, os prejuízos causados nas lavouras e como é possível identificá-lo e combatê-lo.

Acompanhe e entenda como manter a sua lavoura de soja segura!

Quais são as principais espécies de lagarta-da-soja?

A lagarta trata-se de uma fase mais nova de mariposas e borboletas. Nessa etapa, o inseto apresenta tonalidades que vão do marrom-escuro ao cinza-claro, passando por colorações verdes. É um ser vivo comum em regiões tropicais, como o Brasil. A seguir, você conhecerá algumas espécies!

Lagarta-da-soja — Anticarsia gemmatalis

Muito presente em plantações brasileiras, essa espécie ataca as folhas da soja perfurando-as por completo. No estágio mais novo, o inseto apresenta corpo esverdeado e dois pares de pernas no abdômen.

Quando alcança 15mm, passa a ter tonalidades mais escuras, com linhas brancas. Além disso, o número de pernas aumenta, com dois pares na parte final do corpo e mais quatro pares no abdômen. Quando se torna mariposa, tem coloração variável entre cinza-claro e marrom-escuro.

Lagarta helicoverpa — Helicoverpa armigera

Tem tonalidade variável entre verde, amarelo, preta e verde-escuro. Ao se tornar mariposa, o inseto forma asas anteriores com manchas e pontuações, e asas posteriores claras com margem escura. Essa lagarta prejudica a região aérea da planta.

Lagarta falsa-medideira — Chrysodeixis includen

Com coloração esverdeada, pontos pretos e linhas brancas longitudinais, essa espécie se alimenta do parênquima das folhas, sem entrar em contato com as nervuras dela. Esse processo é bastante prejudicial, já que o parênquima é composto por células responsáveis pela fotossíntese.

Na fase adulta de mariposa, conta com um corpo marrom e um par de manchas prateadas nas primeiras asas. 

Lagarta do cartucho — Spodoptera frugiperda

Com 5 cm de comprimento, a lagarta do cartucho tem oito pernas divididas em pares no abdômen, mais um par no final do corpo. Pode apresentar cor verde, preta ou pardo-escuro. Na cabeça, apresenta um "Y" ao contrário, o que ajuda a reconhecê-la. 

Esse inseto causa danos nas hastes, folhas, grãos e vagens da planta. No começo da cultura, ele costuma atacar inclusive o caule das plântulas.

Lagarta preta da soja — Spodoptera cosmioides

Quando mais nova, essa espécie pode conter cores castanho, cinza, marrom ou preta, ainda com listras laranjas, marrons ou brancas. 

Nas fases finais, antes de se tornar mariposa, apresenta coloração preta-brilhante e pontos brancos ou dourados pelo corpo. Já mariposa tem asas traseiras brancas. Ela se alimenta de folhas, grãos e vagens da planta.

Lagarta das folhas — Spodoptera eridania

Essa lagarta apresenta um corpo cinza, de 4 cm de comprimento, com triângulos ao lado virados para a linha central do corpo. Costuma raspar as folhas, mas os danos se intensificam até os grãos e vagens.

Quais são os prejuízos para as lavouras?

Se não for controlada, a lagarta-da-soja consegue causar grandes prejuízos às plantações ao perfurar e raspar as folhas, alcançando até os órgãos reprodutivos. Além disso, ela gera danos no início do cultivo, o que provoca falhas no estabelecimento da plantação.

Isso pode gerar grande perda produtiva, inviabilizando o aproveitamento da plantação, por ela não se desenvolver naturalmente como deveria. Como consequência, além da queda nos lucros pelo não aproveitamento, há um retrabalho por conta da limpeza, do tratamento do local e do combate mais intensivo contra a praga, aumentando também os custos.

O gênero mais nocivo às lavouras é o Helicoverpa. Essa lagarta-da-soja tem um ciclo de vida de 30 a 60 dias e consegue se reproduzir rápido durante esse período. Por isso, é necessário ter muita atenção ao controlar e identificar o inseto.

Como identificar a lagarta-da-soja?

Além dos aspectos físicos do inseto, é possível constatar a presença da lagarta-da-soja por sinais deixados nas plantas. Confira!

Aspectos na plantação

As características nocivas decorrentes das lagartas podem ser furos nas folhas e pequenas mordidas nas bordas delas, além de cortes em suas superfícies. Ademais, repare se há perfurações, cortes ou pequenas mordidas nas demais estruturas da planta.

Detecção de mariposas

A presença da fase adulta das lagartas também indica a existência dessas pragas na plantação de soja. Para detectá-las, é possível armar focos de luz. Isso porque a luminosidade chama a atenção delas e funciona como um termômetro para mensurar superficialmente a quantidade de mariposas.

Você pode empregar feromônios capazes de atrair as mariposas e outras pragas. Dessa maneira, se há a fase adulta do inseto, também existirão lagartas. Além das mariposas, procure por pupas, que são os insetos na fase anterior às lagartas. Geralmente, são encontradas no solo, perto das fileiras do plantio.

Como combatê-las na prática?

Ao lidar com a lagarta-da-soja, o controle precisa ser específico para o tipo de inseto encontrado. Com essa informação, é possível empregar o defensivo correto.

Em seguida, é necessário elaborar um Manejo Integrado de Pragas (MIP). Trata-se de medidas de identificação, controle e combate executadas em conjunto. Elas são capazes de reduzir os insetos e a tolerância deles. No manejo, é possível implementar:

  • rotação de culturas — alternância de culturas suscetíveis a diferentes pragas realizadas no mesmo espaço. Isso paralisa a evolução das lagartas;
  • cultivares específicos — aplicação de cultivares resistentes às pragas comuns na região;
  • tratamento de sementes — proteção delas com o uso de defensivos para soja, impedindo ataques no início da lavoura;
  • controle químico — emprego de inseticidas para soja anterior ao crescimento populacional das pragas;
  • controle genético — implementação de soja geneticamente modificada para resistir a insetos;
  • controle biológico — utilização dos próprios seres vivos da plantação ou administração deles sobre a lagarta, como aplicação de fungos parasitas de lagartas ou formigas que comem os ovos de tais pragas.

Como vimos, a lagarta-da-soja apresenta uma presença muito nociva e recorrente nas lavouras. Porém, com monitoramento, exames no plantio, identificação e métodos de combate devidamente empregados, entre outros processos, é possível eliminar essa praga e evitar perdas produtivas.

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